paz

paz

CAUSOS DE PESCADOR

ESSA É VERDADE, EU JURO FOI EM 2003 !
( CANANÉIA )


O SONHO

Eu e meu primo Antonio estavamos planejando está ida a Cananéia a pelos menos 10 anos,
enfim chegou o dia.
Saímos de São Paulo dia 25 de setembro, em uma quinta-feira nublada, mas felizes por estarmos realizando um sonho, ficaríamos na casa da mãe de um amigo nosso, o Sávio que está trabalhando feito louco e esquecendo dos prazeres da vida e do contato com a natureza.

A VIAGEM


A viagem foi feita sem maiores problemas, apenas um acidente na BR116 na altura de Juquiá que atrasou a chegada em pelo menos uma hora, os 260 quilômetros que separam a capital paulista do paraíso foram feitos em 5 horas.

A CHEGADA


Chegamos bem e quando estávamos na entrada da cidade cometemos a primeira gafe, vimos um taxista e perguntamos a ele onde que era o centro de Cananéia, ele sorriu e disse que estava longe e que era somente ultrapassarmos o portal de entrada que estaríamos lá, detalhe o portal estava a nossa frente, mas  depois da brincadeira ele nos deu todas as informações que precisávamos até chegarmos a casa, fazia pelo menos 8 anos que eu não ia até Cananéia e já havia esquecido muitas coisas.
Chegamos na casa e a primeira providência foi tirar as bikes do carro para conhecermos a Cidade e fazermos compras.

SILVA


Saímos em procura de uma bicletária para enchermos os pneus das bikes e o primeiro contato que fizemos foi com o Silva, simpático proprietário de uma loja de artesanatos que também aluga bikes, vende passagens de ônibus e sabe – se lá mais o que ele faz, simpático o Silva nos deu todas as informações que precisávamos para ficar bem na Cidade, inclusive um mapa da mesma com seus pontos turísticos.
Silva, porque você não trabalha como guia  turístico da Cidade?, sua simpatia e a da sua esposa são cativantes.

ZÉ CARUDO E ALTINO


Estávamos pescando no píer no dia seguinte, quando conhecemos o Altino, irmão do Zé Carudo, ambos pescadores local, tínhamos tentado entrar em contato com o Zé no dia da nossa chegada, porém o mesmo não estava em casa, vale ressaltar que o Sávio é quem havia nos fornecido o telefone e o endereço do Zé Carudo.
Era sexta-feira, e ainda chovia em Cananéia, mas mesmo assim o Zé Carudo, apelidado por nós como Big Face, nós levou para uma pescaria no canal onde fisgamos alguma pescadas brancas e muitos baiacus, por fim combinamos para o dia seguinte outra pescaria, porém a Cidade é linda e encanta, e o plano de ficarmos apenas pescando foi mudado, queríamos conhecer mais pontos turísticos, foi quando o Zé nos convidou para o dia seguinte irmos até a Ilha do Cardoso para conhecermos uma cachoeira, combinamos que iríamos levar as bikes e tudo ficou acertado.

ILHA DO CARDOSO


Sábado, acordamos com canto dos pássaros, era umas 06:00hs tomamos banho, pegamos as bikes e fomos comprar filme para a maquina fotográfica, que mais tarde merece uma ressalva, tomamos café em uma padaria ouvindo U2, que belo começo, adoro rock, compramos o filme, fomos até o cais onde estão localizadas as peixarias e compramos iscas para pescarmos a noite, em dialogo com um peixeiro local, de apelido se não me engano Teteio, ficamos sabendo de algumas proibições referente a pesca, sendo que as criticas do pessoal local era que muitas das leis eram absurdas, pois o recém criado Ministério da Pesca, entendia pouco de pesca, e não conhecendo espécies de peixes e crustáceos, estavam generalizando tudo, o que na opinião dos pescadores local estava prejudicando a todos, principalmente os pescadores ribeirinhos, somos a favor do pesque e solte, principalmente do robalo que é o cartão de visitas de Cananéia.
Voltando ao assunto nos encontramos com o Zé Carudo e com o Altino as 09:00hs no píer onde pescamos no dia anterior, embarcamos as bikes e o Altino nos levou até a ilha do Cardoso, travessia tranqüila sem maiores problemas, somente com o motor de polpa dando pau por duas vezes.
Chegamos na ilha e havia somente quatro pessoas no local, dois turistas e dois moradores da região, o sol estava escaldante e eu aproveitava para registrar o belo local em fotos, deixamos o barco poitado em um riozinho, pegamos as bikes e fomos em direção a cachoeira que o Zé Carudo havia falado, o Altino não sabia onde era, mas tínhamos a informação que era mais ou menos a 8 quilômetros de onde estávamos. E tome pedal, o local é lindo, nos encanta logo de chegada, pedalando próximo ao canal meu primo Antonio Carlos observou um boto com meio corpo para fora d’água deitado na areia do canal, ao nos perceber ele mergulhou e eu fiquei na expectativa de que ele aparecesse novamente para eu fotografa-lo, de repente ele apareceu e eu sem parar de pedalar tentei fotografa-lo, mas não consegui um bom ângulo, comecei a assobiar bem fininho tentando imitar um golfinho ai o bicho ficou doido e começou a dar seu show, pulando e nadando bem próximo a nós, desci da bike, escolhi um ângulo perfeito e quando ele fez uma graça eu cliquei a câmera fotográfica, que não deu nenhum sinal de que havia fotografado, ou seja, a porcaria deu pau, tentei por diversas vezes fotografar e nada, tinha tirado apenas 15 fotos do filme de 36, P--- da vida decidi que rebombinaria o filme e preservaria as fotos já tiradas.
Daí pra frente passamos por locais lindos, a orla da praia é composta por areia branca e fina, com raízes de arvores aflorando da areia, um espetáculo, digno de paisagem de novelas. Bem após pedalar uns 4,5 quilometros, chegamos em uma cabana de pescadores, a qual estava vazia,  o Altinino nosso “exímio” guia se perdeu e ficamos tentando encontrar o acesso à cachoeira por mais ou menos uns 40 minutos debaixo de um sol de pelo menos 40ºC., quando conseguimos encontrar a trilha que nos levava para o outro lado do morro, já estávamos muito cansados, teríamos que pedalar ainda mais uns 4 quilometros, fizemos uma votação rápida para ver se continuaríamos e eu perdi, ou seja voltamos, fiquei frustrado em  não chegar no local da cachoeira, mais a vista do local é maravilhosa, talvez demore um pouco para eu voltar à Cananéia, mas com certeza nesse dia chegarei até essa cachoeira, levarei uma boa câmera fotográfica e uma filmadora, mesmo registrando tudo por lá, nada se compara com a sensação de respirar aquele ar puro e a paz interior que sentimos.
Ao voltarmos presenciamos novamente os botos no canal, percebi que aquela visão era normal para os moradores local e fiquei meio que me sentindo uma criança diante das simples descobertas da vida, ou seja fiquei com a sensação de “babaca”. Ao começarmos a travessia do canal, o motor de polpa começou a apresentar problemas novamente, só que desta vez mais grave, não tinha quem o fizesse pegar, quando pegava não firmava velocidade, após diversas tentativas comecei a ficar apreensivo, pois começou a bater um vento forte e as águas já não estavam  tal calmas, somente meu primo estava com colete salva vidas, eu e o Altino não quisemos leva-los, pois as águas estavam demasiadamente calmas pela manhã, percebi que havíamos cometido um erro, que futuramente não se repetirá, tome corda e nada, tome corda e nada, seguindo pequeno aprendizado em resolver problemas em um carro pau velho que eu tinha, sugeri ao Altino que fizesse a conexão da mangueira de combustível direto no carburador, fizemos e pronto, estava resolvido, prosseguimos a travessia sem problemas.
Paramos próximo  a balsa em Ilha Comprida e fomos tomar umas cervejas, o local era agradável e sossegado, e tinha uma “paisagem”...  de tirar o fôlego, fiquei apaixonado pelo local e prometi a mim mesmo que voltaria no dia seguinte para tentar desfrutar um pouco mais daquela “paisagem”.

A NOITE DE CANANÉIA


Sábado, noite limpa estrelada, temperatura agradável, e eu todo vermelhão e ardendo devido ao sol da manhã, parecia aquele  turista europeus que dificilmente vêem o sol, mas dane –se, estava valendo, eu e meu primo resolvemos ir até a praça central para ver o que rolava nas noites de sábado em Cananéia, e quem encontramos logo de cara ?, o Zé Carudo em seu traje de fim de semana, em conversa com o Zé perguntei a ele se a sua esposa não se incomodava em ele ir a praça a noite e ele nos confidenciou que ela havia ido até uma cidade vizinha e não voltaria naquela noite, mas disse também que nem pensava em paquerar outra mulher, pois sua esposa era índia e nas noites de lua cheia sabia tudo o que ele tinha aprontado, e se ela descobrisse algo de errado que ele havia feito, ele estava ferrado, em tom de brincadeira falei que ele tinha uma esposa que tinha visões e eu uma esposa que era bruxa, ele me perguntou se ela fazia feitiçarias, eu respondi que não, era bruxa porque era feia pra caramba, e caímos na risada, mas é brincadeira minha esposa até que é ajeitadinha coitada.
Naquela noite bebemos mais cervejas observando um forró próximo a balsa, se não me engano chamava Gaivotas, também teve um baile no Ma.... alguma coisa não me lembro o nome, alguns veículos de São Paulo, entre eles uns caras bem loucos, bebendo pra caramba com o som do carro no último volume, até que tinham bom gosto musical, só rolava uns rocks dos anos 70, havia também um grupo de pesquisadores, todos jovens que só bebiam destilados da cana, ou seja cachaça, já estavam bem loucos e a média de idade do grupo era de aproximadamente, uns 20 anos, não pareciam moradores de Cananéia, falando nisso as garotas de Cananéia estão de parabéns, todas lindas e bem arrumadas, um espetáculo, após algumas “brejas”, fiquei meditando: “Como o ser humano é estranho, alguns só porque são de fora da cidade, pensam que todas as mulheres estão a fim deles, e ficam ostentando celulares caros, carros possantes passando de cima pra baixo em alta velocidade tirando o sossego da cidade e achando que estão abafando”, e na maioria não eram adolescentes e sim caras bem mais velhos, dos 35 aos 50 anos, todos ”urubusando” as meninas bem mais novas, é!, deve ser o instinto caçador.
A noite estava, mas o cansaço bateu e fomos embora para a casa dormir.

DOMINGO EM CANANÉIA

Acordamos cedo e fomos até a padaria tomar café, depois atravessamos a balsa e fomos até as praias da Ilha Comprida, pedalamos cerca de 2 quilômetros e pronto, chegamos em outro lugar digno de paisagem de filme, como estávamos de ressaca, primeiro tomamos bastante água, estávamos sentados em umas cadeiras a beira mar, sob um guarda sol, enquanto me refazia do porre, aproveitei para rascunhar estas linhas, após ter tomado a decisão de que a viagem não poderia passar em branco sem ser registrada.
Após algumas horas observando a praia, resolvi tomar um banho de mar, alguns mergulhos e pedimos algumas “caipirinhas”, mantendo o ditado, “para evitar a ressaca, mantenha-se bêbado”.
Voltamos aos pedais e a bela “paisagem” do dia anterior, isso lá perto da balsa entre a Ilha e Cananéia, mais algumas brejas e voltamos para Cananéia, foi quando observamos um grupo musical formado por adolescentes, tocando chorinho em um Café local, fiquei impressionado com a qualidade das músicas, bem como o estilo escolhido, chorinho.
Meu primo foi para a casa e eu fui até uma feira de artesanato, deixei a bike próxima de uma barraquinha e entrei em outras, comprei alguns objetos e ao votar percebi que haviam furtado o odômetro da bike, ponto negativo que também deve ser registrado, mas foi um fato irrelevante , os pontos positivos foram maiores.
Voltei para a casa, tomei um banho e adormeci, acordei bem a tardinha, tomamos mais algumas brejas, arrumamos as tralhas no carro, fomos até a cidade, ficamos observando a noite de lua cheia, voltamos para a casa e fomos dormir.

A VOLTA PARA CASA

Voltamos para a casa em uma segunda feira pela manhã, voltamos por Peruíbe, estrada ruim, muito trânsito, mas valeu pois passamos no meu padrinho Geida, tomamos um café e fomos embora.
Até outra vez Cananéia, espero voltar em breve e mais equipado para registrar suas belezas.

AGRADECIMENTOS

Ao amigo Sávio e sua mãe, que nos emprestaram a casa em que ficamos em Cananéia, sem os quais este sonho não se realizaria, muito obrigado amigo.
Ao meu primo Antonio Carlos, parceiro de pescarias, amigo, irmão, foi difícil convencê-lo, pois o mesmo estava desempregado, mas valeu foram dias inesquecíveis.
A DEUS, por ter me concedido esta oportunidade.




Ronaldão

PESCARIA PRAINHA PRETA GUARUJÁ
Essa pescaria foi em meados de 95 ou 96, tinha tudo pra dar certo, mas deu tudo errado.
Nessa pescaria estavam os amigos Sávio, Cícero, Maurício e Vereda, e foi mais menos assim.
Trabalhávamos juntos 24X72 na “FIRMA”, ai decidimos ir pescar no Guarujá, mais precisamente na prainha preta, após atravessarmos a balsa Bertioga – Guarujá, ainda fizemos uma caminhada de mais ou menos 40 minutos em uma trilha até chegarmos no local da pescaria, era meados de julho, mas o sol brilhava forte, como de costume ao irmos pescar em praias, canais ou costão, eu e o Sávio sempre observávamos a tabua da maré e nesse dia não foi diferente, sabíamos exatamente a hora em que ela subiria e baixaria, então despreocupados atravessamos com a maré baixa até uma ilhota que existe no local, travessia com pés na areia, começamos a pescaria na parte que dá para o alto mar, ou seja, não tínhamos a visão da praia, pescaria boa, alguns bons peixes, belas puxadas, inclusive quebrando uma linha minha 0,50 milímetros como se fosse linha de costurar, acreditamos que poderia ser uma garoupa das grandes.
Eu e o Sávio já havíamos pescado outras vezes nesse local, ai eu comecei a estranhar o forte vento e uma garoa fininha que começou a cair, mas nada que atrapalhasse a pescaria, porém comecei a ficar preocupado, chamei o Sávio e disse que o tempo estava esquisito que era melhor nos darmos uma olhada na parte do costão que dava para a praia, ai fomos até o outro lado do costão e qual não foi nossa surpresa ao ver, melhor, não ver uma pequena árvore que servia como ponto de referencia para nós atravessarmos de volta pra praia, ou seja, entrou uma ressaca e os nossos planos da tábua da maré literalmente foi por água abaixo, ai eu disse para ele, “Sávio, a maré deveria estar baixa, é melhor nos pegarmos umas lenhas e folhas que  eu acho que nos vamos ter que dormir na ilha”, ele concordou e saímos para avisar os outros companheiros, ai começou a merda, o Vereda queria continuar pescando e achava que nos estávamos blefando, ai o Cícero e o Maurício nos ajudou a recolher lenha e folhas para fazermos uma fogueira, nesse momento o tempo já tinha virado de vez e começou a chover e fazer frio, imagina mês de julho, frio pra caramba, bom mas a merda estava só começando, paramos de pescar, recolhemos as tralhas e acendemos a fogueira debaixo de um pé de seringueira, que era a única proteção que achamos para a chuva e o frio, detalhe o Vereda continuava a pescar do outro lado do costão, quando ele retornou para o lado da praia, ficou desesperado ao ver a situação, mar agitado, ondas vindas de todos os lados e um vento forte e gelado, ai o cara caiu na na real, e perguntou se eu sabia nadar, eu disse que sim, mas nem pensar em entrar naquele mar, ai ele disse pra eu atravessar a nado até a praia e chamar os bombeiros ou pescadores local para resgatar a gente, dissemos que era arriscado e que era melhor ficarmos na ilha até o outro dia, ai o bicho endoidou, queria porque queria que fossemos embora naquele momento, pra se ter uma idéia da situação, nem os pescadores local, com barco e tudo estavam saindo pro mar, muito menos irem até a ilhota para nos resgatar, o Veredão começou a assobiar pros caras e nada, eles não ouviram ou fingirão que não ouviram, passou um barquinho um pouco mais próximo da ilhota e o Vereda gritou, “ Me tira daqui, eu tenho tíquete”, se referindo ao tíquete alimentação que nos forneciam no serviço, ai eu lembrei de uma matéria que havia lido em uma revista de pesca, e o nome do comportamento do Vereda tinha um nome, FEBRE SORUMBÁTICA, onde o individuo perde a noção de realidade e quer de qualquer formo sair do local onde se encontra, meu, o cara encheu tanto o saco que resolvemos tentar atravessar até a praia, ai foi a decisão mais errada que tomamos, o Cícero e o Vereda não sabiam nadar, ai pegamos um pedaço de corda de uns 10 metros e fizemos o seguinte, eu amarrei a corda no pulso, depois vinha o Sávio, o Maurício, o Cícero e por último o Vereda, todos amarrados no pulso, coisa de louco mesmo! Antes de entrar na água eu alimentei a fogueira com madeira e folhas, caso a travessia não desse certo e precisaríamos retornar, orientei o Vereda para que ficasse por último, e como o cara é grande, se não desse certo ele puxava nós de volta, ele disse tudo bem e assim ficamos combinados, nesse momento apareceu um pouco as folha da árvore que tínhamos como ponto de referencia para a travessia, ai decidimos que era a hora, com as mochilas nas costas entramos no mar, eu estava na frente sendo que tenho 1,86m de altura, dei aproximadamente três passos, ai veio uma onda enorme, eu boiei na onda, quando ela passou não dava mais pé pra mim andar, olhei pra trás e vi o Sávio agarrado em uma espécie de pedra com dor nas costelas, pois a onda jogou ele em encontro as rochas, o Cícero agarrou no pescoço do Maurício e estavam os dois encobertos pela água, ai eu gritei “ puxa a corda Vereda, rápido”, qual não foi minha surpresa ao ver que o Vereda ao invés de fazer o combinado e ficar por último pra puxar a gente caso a travessia desse errado, estava ao meu lado quase se afogando, ai comecei a nadar de volta e graças a Deus, conseguimos voltar a salvo pra ilhota, ai foi foda, uma discussão geral, todos molhados com frio, as roupas das mochilas todas molhadas, a chuva aumentando, o frio também, ou seja, fudeu de vez.
Começamos a alimentar a fogueira, já era quase noite, estávamos pelados, só cobertos por capas de chuva, que ainda bem que sempre que vamos pescar levamos, o Sávio se enfiou debaixo das folhas da seringueira que estavam caídas ao chão, se entocou em um buraco, pois o frio estava demais, começamos a beber pinga de canela, a famosa canelinha, pra esquentar, já era noite e passou um barquinho próximo a ilha, ai o Vereda começou a gritar para que viessem resgatar ele, nessa altura já estávamos tirando onda da situação, ou seja, a canelinha fez o efeito desejado, ai falamos pro Vereda, “ pega um pedaço de madeira em brasas e faz “SOS” para os pescadores localizarem a gente, que nem em filmes”, falamos zuando ele  e começamos a rir, qual não foi nossa surpresa ao ouvirmos o barulho da madeira fazendo o ar zunir e ele fazendo o “SOS”, no ar, meu quase nos mijamos de rir.
Fazíamos revezamento para alimentar a fogueira enquanto os outros tentavam dormir próximo ao fogo, detalhe, estávamos seminus pois as roupas estavam secando próximo a fogueira, ai o maldito do Maurício quando estava na sua vez de alimentar o fogo, deveria ficar acordado para o fogo não apagar, cochilou sentado e foi jogando folhas na fogueira, ai jogou cueca, toalha, shorts, quase toda nossa roupa no fogo, kkkkkk, foi foda !
Passamos uma noite do cão, pela manhã, o sol reapareceu, o calor também, a maré baixou geral, atravessamos com os pés na areia, todos fedendo folha de seringueira queimada, defumados até umas horas; Ao atravessarmos a balsa de volta o Vereda pegou seu veículo, o qual fomos todos nós, e queria voltar feito louco, ai tivemos uma ideiazinha pra castigar ele pelo frio e situação de risco que passamos, falamos: “Para ali Vereda pra fazermos um lanche”, ele parou desceu do carro ai eu peguei a chave do carro e ficamos até de tarde tomando cerveja e comendo uns petiscos em Bertioga, e ele puto da vida, kkkkkk !
Hoje recordo dessa aventura com um sorriso nos lábios e até com uma certa saudade, pois naquele tempo era feliz e não sabia, quanto aos amigos Sávio, Cícero, Maurício e Veredão, faz uns 6 anos que não temos mais contato, e isso é uma pena pois oque realmente levamos da vida são os momentos felizes que passamos, isso sim é viver.
OBS: Me desculpem algumas formas de expressão de baixo nível, Palavrões, mas realmente é a forma correta de expressão para aquele momento. kkkkkk
RONALDÃO